Beijinhos e abraços!


Uma forma para manter o contacto com quem quiser saber como estou! :D
Uma dessas tarefas consistiu em mover uns quilos de velharias empilhadas num barracão de um sítio para outro. Ora, como é comum em qualquer quinta do mundo muitos são os animais que fazem das velharias a sua casa, mas nem em todos os sítios do mundo, antes de começarmos a mexer nas velharias levamos um sermão a avisar-nos para termos cuidado por causa de uma série de bichos VENENOSOS!!!! Caraças... parecíamos duas meninas a levantar as tábuas de madeira e a pegar nas coisas no escuro. E o pior é que na realidade uma série de aranhas ENORMES saíam disparadas de lá!! Bem.. uma aventura. Mas lá fizémos aquilo.
O trabalho seguinte foi ajudar um primo dele a construir uma casa de brincar para a filha. A quinta do primo é outra coisas enorme... e a casa dele tb. Foi divertido estar a construir a casita para a filha.
aqui já só faltava por o telhado e o varandim... bem... amanhã conto mais. :D
Depois de adornarmos a dita com os mundialmente famosos enfeites de natal, e de termos tido de colar com fita-cola o topo da árvore porque... bem... porque a partimos (!!), foi tempo de colocar as luzes de natal na frente da casa. O pai do Matt tinha-nos pedido que escrevessemos qq coisa com as luzes, pelo que decidimos escrever "feliz Natal" em português... mas em braille!! Pelo menos foi essa a desculpa que demos ao pai dele e que o pai dele se divertiu imenso o resto do tempo a espalhar por tudo o que era vizinho. hehehe...
Bom... o trabalho estava terminado e foi tempo de irmos dar uma volta pela cidade, pelos terrenos, até ao lago artificial de Ariah Park...
Ariah Park é a cidade Australiana que pela primeira vez transportou
trigo (ou terá sido centeio?...) de combóio!! Parece estranho? acreditem... É MUITO ESTRANHO!!!!! Mas eles orgulham-se muito disso. Por aqui estão os Silos e a estação de combóios donde tudo saía...
A zona em volta de Ariah Park também está cheia de vida selvagem e para mim, uma das descobertas mais interessantes foram as Araras e Catatuas de várias espécies que andam por lá. Deixo aqui um exemplo de duas belas Catatuas Rosas a que eles chamam, Galas (lê-se Galás).
Mas vamos ao Lago. Parece-vos estranho que uma cidade no interior da Austrália tenha um lago artificial? Sim? Pois, mas mais estranho ainda é que toda a gente em Ariah Park tenha um barco e skis!!!! ::: Sério.. às vezes debato-me para compreender a mentalidade destes nossos amigos, mas... se passarem um pouco de tempo num sítio daqueles... poeirento, quente, abafado... não vos sabia bem darem uma volta de barco num lago? Existem outras considerações, claro. Existem sempre os dois lados da moeda. è muito giro.`É muito divertido, mas é mantido à custa de um curso de água diminuto que é bombeado para o lago sempre que existe água suficiente para o fazer, o que significa que água que podia estar a ser usada mais jusante está a ser travada ali. E com a obsorção natural do solo, e a evaporação bem rápida... só cerca de 60% da água (se tanto) fica realmente no lago... bem, mas isto sou eu a pensar... Seja como for, é um sítio agradável... e aqui ficam algumas imagens! :)
Kelly, Bruce, Ben, Barbara e Matt
Enquanto ela falava eu ia apreciando a paisagem. Montes e montes de eucaliptos... a terra vermelha... quase ausência de casas durante o caminho todo... pássaros enormes (mais tarde o Matt disse-me que eram águias nativas da austrália) e água?!?? Assim de repente, nas bermas da estrada, pequenos riachos estavam a correr e mais à frente uma verdadeira inundação na estrada! A Barbara estava com um ar estupefacto e mesmo o Matt parecia incrédulo. Imediatamente a rádio regional estava seleccionada no carro e poucos minutos depois a resposta aparecia em tom de aviso: um autêntico dilúvio tinha caído durante os dois dias anteriores em New South Wales causando, mais a norte do sitio onde estavamos a morte de algumas pessoas e milhares de dólares de prejuízo. Por estas bandas o díluvio tinha apenas sido o suficiente para alagar a região, encher as "dams" (espécie de buracos no terreno para armazenameto de água para as ovelhas e gado) e (como veremos mais tarde) encher pela primeira vez em 10 anos o lago artificial de Ariah Park.
Após uma curta paragem na cidade com supermercado mais próxima de Ariah Park, uma localidade chamada Temora e que fica a uns "meros" 30 km (uma sorte, dizia a Barbara.. :) onde nos abastecemos de comida suficiente para um regimento e onde fui encarregue de escolher a vinhaça para os próximos 7 dias, chegámos à casa deles. Conselho: se um dia visitarem Ariah Park, quando entrarem na cidade, na rua principal, não pisquem os olhos!! É que arrisca-se a perder tudo!! Entrar e sair da cidade demorou menos que demora ao Tiago gritar quando descobre que alguém de más intenções colocou uma cebola na sandes dele!!!
A viagem foi de 6 horas, através do estado de Victória. É engraçado ver as cidadezinhas no interior do estado. Casas de um só piso espalham-se pela paisagem, com pequenos jardins onde seres de calções, havaianas (o calçado tradicional do momento!) e toneladas de creme protector solar, tratam dos seus afazeres. 6 horas, 3 artigos e 2 refeições depois chegámos à estação de Cootamundra. (leia-se cudamandra)
A cida... a vil... bem.. Cootamundra é um sítio sem qualquer ponta de interesse. Quando cheguei, o Matt enviou-me uma mensagem a dizer que estava 30 min atrasado, pelo que pude ir dar um passeiozito pelas ruelas desta localidade. Ventava que era um coisa doida. Um vento quente e cheio de pó. As ruas... vazias. Um parque aqui... uma escola ali... uma oval de cricket acolá. Nada demais. Conclusão? Local de passagem, nunca de paragem. Decidi regressar à estação. O vento e as incessantes e peganhosas moscas australianas estavam a levar-me de vencida. Já na estação, (entenda-se que eu era a unica coisa viva naquela estação para além de alguns insectos, aranhas e uma pobre senhora num bar vazio), sentei-me à espera do Matt. Não foi uma espera longa. Um carro branco, um pouco velho, parou em frente à estação. Trazia o Matt e uma senhora que nunca tinha visto, mas que deduzi, correctamente que era a mãe dele. Os sorrisos entre mim e o Matt foram interompidos por um "Ricardo, come here and give me a hug! I'm so glad to finally meet you!! I'm Barbara." e dois braços rodearam-me e fui beijado como se fosse um filho que à muito era esperado em casa. (se bem que tenho a certeza de que quando regressar a Portugal e a minha mãe me vir, aí sim, vou experimentar o verdadeiro "abraço maternal"). "Get over there so I can take a picture" disse o Matt.